Wolfgang Effenberger

Historiador Militar


A publicação mais influente dos Estados Unidos, «Foreign Affairs», fornece a plataforma para o efeito


Em contraponto ao artigo parcialmente esperançoso do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico David Miliband, a Foreign Affairs também ofereceu ao actual ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano Dmytro Kuleba (*1981) uma plataforma mediática para descrever a sua exigência de admissão da Ucrânia na NATO como não existindo alternativa. No início, Kuleba congratulou-se com a "mudança tectónica na segurança europeia" que tinha acompanhado a adesão da Finlândia à NATO, que só ficaria completa quando a Ucrânia fosse membro de pleno direito da NATO. Agora vem a referência de que o Presidente Vladimir Putin está a tentar,

«destruir as fundações da ordem de segurança europeia criada depois de 1945»(1).

Para compreender a situação actual, é necessário olhar para o espelho retrovisor: Enquanto os soldados americanos e russos apertavam as mãos na ponte destruída do Elba, em Torgau, a 25 de Abril de 1945, alimentando a esperança de uma paz duradoura, os oficiais do Estado-Maior britânico já trabalhavam na Operation Unthinkable, um plano de guerra encomendado por Winston Churchill para fazer recuar a então União Soviética e restaurar uma Polónia independente. A data do ataque, com mais de 100 divisões, incluindo unidades da Wehrmacht que não foram enviadas para o cativeiro, era 1 de Julho de 1945: menos de 10 semanas após o aperto de mão. Este ataque não aconteceu porque Estaline fez uma última exigência a tempo de prender o governo sucessor alemão sob o comando de Dönitz, que estava alojado junto ao quartel-general britânico em Flensburg-Mürwik, e de transferir os soldados alemães para o cativeiro. Foi o que aconteceu em 23 de Maio de 1945.(2)

Imagem de capa por NATO North Atlantic Treaty Organization sob licença CC BY-NC-ND 2.0

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