Alfredo Jalife-Rahme
Analista geopolítico, autor e docente
Por trás da adesão das quatro regiões russófonas/russófilas da enteléquia Ucrânia está a incorporação de 15 milhões de habitantes na mãe Rússia, que agora conta com 142 milhões
A primeira guerra híbrida global continua (bit.ly/3CcFaGW) quando, para além do aspecto militar, várias guerras estão a ser travadas numa só, sobretudo as guerras do gás e demográficas em quatro regiões russofónas-russófilas do Donbas - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia (bit.ly/3xXuAkA) - que realizaram os seus referendos com uma maioria muito confortável, optando por se juntarem à mãe Rússia, no meio de grotescas ameaças nucleares entre Washington e Moscovo (bit.ly/3fraDwk).
O historiador americano Eric Zuesse - na linha da alegada fuga de RAND por um portal sueco (bit.ly/3BOcxhR) - decompõe a forma como os EUA esmagam a Europa (bit.ly/3SG7bfF) e afirma que as sanções contra a Rússia aumentam os preços da energia na Europa e, consequentemente, levam as transnacionais europeias a deslocalizarem-se para os EUA, quando a riqueza europeia foge, principalmente para os EUA (cujo governo criou a fuga de capitais da riqueza europeia). Cita o jornal alemão Handelsblatt: "A UE atrai empresas alemãs com energia barata e impostos baixos" (hbit.ly/3BRkuTs).
A guerra demográfica contra a Rússia para reduzir a sua população estabilizou depois de ter apresentado uma taxa de mortalidade mais elevada do que a taxa de natalidade durante a fase malfadada de Boris Ieltsin.
Por trás da adesão das quatro regiões russófonas/russófilas da enteléquia Ucrânia está a incorporação de 15 milhões de habitantes na mãe Rússia, que agora conta com 142 milhões. Com os 5 milhões da Crimeia, a mãe Rússia acrescentou 20 milhões de russófonos/russófilos, o que aumentou a sua população total.
Joe Biden comentou uma vez que a maior vulnerabilidade da Rússia residia no declínio demográfico do maior país do mundo, com cerca de 18 milhões de quilómetros quadrados (bit.ly/3UCmgAu). Até o antigo editor da revista Time, Strobe Talbott, secretário de Estado adjunto de Bill Clinton, comentou sem rodeios que o objectivo dos EUA era a balcanização da Rússia em três peças (bit.ly/3E15QvS).
A guerra de propaganda e desinformação entre os EUA e a Rússia é exacerbada. Javier Blas, da Bloomberg, acusa Putin (bloom.bg/3RiWTAZ) - não a Rússia - de que "as fugas dos gasodutos Nord Stream num único dia sugerem (megasic!) que o Kremlin pode estar a sabotar (a infra-estrutura energética da Europa)", enquanto que o portal South Front manda a manchete que "os navios dos EUA são suspeitos (sic) de sabotar os gasodutos Nord Stream" (bit.ly/3UK8v2L). O único facto verificável é que o preço do gás subiu em flecha na bolsa de valores da Holanda.
Nada nem ninguém pára a tríade cázara-americana de Jake Sullivan (JS), Antony Blinken (AB) e Vicky Nuland (bit.ly/3y060zM). No programa Face the Nation da CBS (cbsn.ws/3UKuB5q), o conselheiro de Segurança Nacional JS declarou que os EUA continuarão a fornecer armas a Zelensky, que não reconhece os resultados dos referendos de adesão da Rússia, e responderá de forma decisiva no caso da Rússia utilizar armas nucleares na Ucrânia.
JS declarou que a UE "comunicou directamente, em privado e aos mais altos níveis do Kremlin que qualquer utilização de armas nucleares terá consequências catastróficas (sic) para a Rússia". Depois, no programa 60 Minutes da CBS, AB atacou Putin e a sua retórica laxista sobre armas nucleares (cbsn.ws/3Szgq1D).
No âmbito da primeira guerra global híbrida, foi descoberta a guerra cambial do superdólar contra a maioria das moedas do mundo (on.ft.com/3E0h0Ro), que desencadeou uma crise cambial global quando o dólar foi reavaliado em 20% (sic) até agora este ano, o que irá afectar os países endividados e, para não mencionar, os sem gás (bit.ly/3Riq0Eo).
A China queixa-se de que "aumentos imprudentes (sic) das taxas de juro nos EUA estão a causar um terramoto económico global" (bit.ly/3DYEzde). A inflação incontrolável nos EUA está a empurrar o mundo para uma recessão global.
Imagem de capa por Jernej Furman sob licença CC BY 2.0
Peça traduzida do espanhol para GeoPol desde La Jornada
As ideias expressas no presente artigo / comentário / entrevista refletem as visões do/s seu/s autor/es, não correspondem necessariamente à linha editorial da GeoPol
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