Salman Rafi Sheikh
Doutorando na SOAS University of London
Porque o Ocidente continua a falhar em inverter a ascensão económica da China e em estabelecer uma coligação global contra Pequim, mas também porque a NATO combinada falhou completamente até agora em derrotar a Rússia na Ucrânia
Em março de 2023, quando o presidente chinês Xi visitou Moscovo, disse ao seu homólogo russo que o alcance das mudanças que estão a ocorrer no mundo de hoje é tal que não era "visto há 100 anos". O ritmo e o alcance destas mudanças — que podemos entender em termos de uma mudança visível para um mundo multipolar — justificam uma resposta muito calculada. Para a Rússia e a China, vistas como duas potências ditas "revisionistas" em Washington, a melhor resposta é solidificar a sua aliança contra o ataque combinado das forças que resistem a esta mudança, ou seja, o Ocidente liderado pelos EUA. Esta resposta foi/é o cerne do que hoje conhecemos como a amizade "sem limites" entre os dois estados. E é esta amizade que viu a sua recente expansão através de múltiplos pactos económicos de cooperação comercial. Após a assinatura destes pactos em Pequim, o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin, afirmou que estes pactos "se caracterizam pelo respeito mútuo dos interesses de cada um, pelo desejo de responder conjuntamente aos desafios, o que está associado ao aumento da turbulência na cena internacional e ao padrão de pressão sensacionalista do Ocidente coletivo". O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, saudou a "nova era" das relações sino-russas.
Membership Login
- A intentona da Rússia e os distúrbios de França - 6 de Julho de 2023
- Grande entrevista ao Comandante Robinson Farinazzo - 24 de Junho de 2023
- Entrevista Embaixador Henrique Silveira Borges - 13 de Maio de 2023