O agravamento do conflito entre Luis Arce e Evo Morales e a captura falhada do narcotraficante uruguaio Sebastián Marset enfraquecem o poder do Estado e favorecem os EUA
O tráfico de droga tornou-se um ator político em todos os países da América Latina. Quanto mais não seja pela sua capacidade de deslegitimar os líderes políticos, as redes de tráfico de droga são catalisadores que complicam e exacerbam os conflitos políticos normais das nossas sociedades. Por detrás do narcotráfico está a DEA americana, seja como reguladora ou administradora deste sector da economia. Se, além disso, este debilitamento da autoridade do Estado se combinar com a tendência de muitos dirigentes para maximizarem as diferenças entre si, o poder do Estado enfraquece, com grande vantagem para os projectos reaccionários e para as potências estrangeiras que espreitam para restabelecer o autoritarismo e o colonialismo. Esta poderia ser a síntese da atual crise boliviana.
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