Peter Haisenko


As eleições na Turquia, na Hungria, na Rússia e na Bielorrússia diferem das da RFA ou de outros países ocidentais pelo facto de não haver voto "negativo". Lá, um candidato, um partido é eleito porque os eleitores querem que esse candidato lidere o país. Connosco é ao contrário


A forma como as eleições presidenciais na Turquia foram noticiadas fez-me lembrar muito a forma como Donald Trump foi tratado antes de ganhar as eleições. Se acreditássemos nos media do sistema, Erdogan não poderia ter ganho as eleições tal como Trump. As últimas eleições na Hungria não foram diferentes. Mas essa não é a única semelhança.

Houve alturas em que eu tinha pouca simpatia por Erdogan. Com o tempo, porém, tive de perceber que a minha antipatia se baseava na omnipresente cobertura negativa. Com a tentativa de golpe de Estado contra Erdogan, comecei a olhar com mais atenção. Apercebi-me de que deviam estar a actuar forças exteriores à Turquia. A experiência ensina-me que devem ter sido sobretudo os EUA. Provavelmente, Erdogan também chegou a esta conclusão, o que se reflecte na sua política externa dos últimos anos. Só posso considerá-la prudente, neutra e, acima de tudo, orientada para as necessidades da população turca. Isso não pode estar errado, mas mesmo assim não temos de gostar de Erdogan.

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ByPeter Haisenko

Foi piloto da Luthansa durante 30 anos. Autor e jornalista desde 2004, publicou vários livros e mais de 700 artigos sobre Economia, História, Política e Aviação.

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