Luigi Tedeschi
Editor do Periodico Italicum, Roma
De facto, está em curso um processo de des-dolarização da economia mundial, implementado pelas potências emergentes dos BRICS. A retomada das relações entre a Arábia Saudita e o Irão, com mediação chinesa, poderia ser o incípito de uma fase de transformação que poderia conduzir a uma nova ordem mundial multipolar
O fim do financiamento fácil
Com a inflação e o aumento das taxas de juro, tem havido uma nova crise bancária nos EUA e na Europa. A falência do SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature são o efeito da política monetária anti-inflacionária da FED. A queda dos mercados bolsistas nos EUA e na Europa tem sido, desde então, parcialmente absorvida, mas permanece um clima de desconfiança e tensão por parte dos investidores. O risco de contágio parece ter sido evitado por agora, tal como a perspectiva de uma crise sistémica como a de 2008, mas há sintomas de novas crises que podem explodir, dada a fragilidade e vulnerabilidade a que os mercados financeiros estão expostos.
O SVB foi à falência devido a uma crise de liquidez. O SVB é um banco californiano ligado ao grande sector tecnológico, que recolheu fundos de empresas de capital de risco e depois os afectou a investimentos de baixo risco, tais como obrigações do Estado. Com o aumento das taxas de juro, estas foram fortemente desvalorizadas, uma vez que foram emitidas com taxas próximas de zero e, assim, na onda de pânico, houve uma pressa em levantar depósitos, o que levou ao incumprimento por parte do banco. Com a venda dos títulos desvalorizados, o SVB foi incapaz de obter liquidez suficiente para satisfazer as exigências dos depositantes.
Pode certamente dizer-se que o SVB adoptou estratégias muito arriscadas, que não diversificou adequadamente os seus investimentos, que a desregulamentação bancária levada a cabo por Trump relativamente aos controlos federais dos bancos (cujo limiar foi aumentado de 50 para 250 mil milhões de capital), foram as causas determinantes deste incumprimento, mas a realidade de um sistema bancário que apresenta fragilidades óbvias e permanece exposto a riscos graves permanece inalterada.
A acção das instituições para enfrentar a crise foi imediata. Foram tomadas medidas em duas frentes:
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