A visita de Macron à China representa o regresso do comércio a pleno vapor pela primeira vez depois da pandemia, num contexto geral mais instável, mas rico em possibilidades


Os movimentos tectónicos desprendidos da visita de Xi a Moscovo apressaram os líderes europeus a querer garantir que «a China não nos pode fugir». Trata-se de um parceiro demasiado relevante para voltarmos a cair no erro da hostilização tão bem exemplificado na desastrosa política de sanções à Rússia, à vista de todos após um ano. Já em novembro, o chanceler Scholz entendeu isto. Charles Michel, do Conselho da Europa, fê-lo em dezembro, e o espanhol Sánchez no final de março. Assegurar as relações com Pequim é imperativo, mas não consensual entre os europeus.

A viagem de Macron revestia-se de um significado maior do que as dos seus colegas alemão e espanhol, e foi entendida por Pequim também de forma excepcional, com tapete vermelho, honras militares, salvas de canhão e um trato pessoal bastante próximo dedicado pelo próprio presidente Xi.

O francês levou consigo uma grande delegação de quase 60 líderes empresariais de primeira ordem (Airbus, Alstom, Danone, EDF, L'Oréal, Michelin,…) e aproveitou para realizar reuniões com as mais altas individualidades e figuras-chave da economia chinesa. É de referir que o presidente francês sempre fez questão na importância crucial da China para a economia francesa. Parceiros estratégicos desde 2004, ambos os países têm estreitado as suas relações a inúmeros níveis, tendo sido esta integração eurasiática só interrompida bruscamente há três anos.

Para Pequim, por seu lado, o diálogo com os europeus, a estabilidade política e a liberdade de comércio, são fundamentais para que o país continue a crescer. Com uma população de 1400 milhões, a RPC necessita de segurança nos mares, não só para poder exportar, como para as suas importações cruciais. Abalada fortemente pela pandemia e logo a seguir por uma guerra no seu caminho, a nova Rota da Seda projetada por Xi em 2013, precisa de retomar o seu curso normal e expandir-se, para garantir à China o acesso ao seu segundo maior mercado, a UE, mais ainda quando as relações com os EUA estão em mínimos históricos.

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Ricardo Nuno Costa
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