O plano para cercar a Rússia está, portanto, em pleno andamento no Ocidente. É difícil dizer se será ou não bem sucedido


O conflito militar em curso entre a Rússia e a Ucrânia (e a NATO) trouxe muitas mudanças à ordem política global, com muitos estados a mudarem as suas alianças em favor de outras. Mais recentemente, o Ocidente, ou seja, os EUA e a UE, começaram a renovar o seu compromisso com os países da Ásia Central e do Cáucaso. A convicção de que, devido ao facto de a Rússia estar ocupada na Ucrânia e de existir um vazio na região, o atual cenário regional e global apresenta uma situação óptima para ser explorada. Um relatório recente do United States Institute of Peace, dirigido pelo governo dos EUA, afirmava que "os estados da Ásia Central estão à procura de um novo parceiro para ajudar a garantir a sua própria segurança contra rebeliões internas, uma vez que a guerra da Rússia na Ucrânia limitou a capacidade de Moscovo para cumprir um papel de longa data como garante da estabilidade interna na região". Embora o relatório tenha sido escrito para explicar a Cimeira China-Ásia Central, presumindo que a China e a Rússia estavam em rota de colisão na região, é o próprio Ocidente que tenta explorar a situação. No que respeita à China, a sua posição está muito mais alinhada com a Rússia na Ásia Central do que o Ocidente quer fazer crer.

Imagem de capa por Fort Liberty sob licença CC BY-ND 2.0 DEED

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BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

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