Para a Rússia e a China, quanto mais estes estados africanos se opuserem aos seus antigos senhores coloniais, melhor para o mundo multipolar que estão a tentar construir


O conflito militar entre a Rússia e a Ucrânia (tal como os aliados da NATO da Ucrânia) trouxe algumas mudanças muito interessantes para a economia política internacional. Embora este conflito tenha levado a Europa — trabalhando sob enorme pressão dos EUA — a parar a sua compra de petróleo e gás da Rússia, também permitiu à Rússia desviar os seus recursos, tanto materiais como outros, para regiões que anteriormente se encontravam à margem da sua lista de prioridades. Por outras palavras, enquanto o Ocidente pensava que seria capaz de "isolar" a Rússia empurrando-a para fora da Europa, este "empurrão" levou à "grande entrada" da Rússia noutros lugares. Isto é mais evidente em África, onde Moscovo emergiu claramente como um grande actor. Durante a cimeira Rússia-África recentemente realizada em Moscovo, Vladimir Putin certamente redefiniu as prioridades de Moscovo face a África, dizendo que a Rússia, tal como a África, "defende os valores morais tradicionais" ao "resistir à ideologia neocolonial imposta a partir do estrangeiro".

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BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

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