Algumas semanas foram suficientes para Giorgia Meloni aceitar
conselhos mais brandos e enterrar o machado de guerra
É universalmente conhecido como as promessas feitas durante a campanha eleitoral são sistematicamente ignoradas quando as urnas fecham. A mudança das bancadas da oposição para as bancadas do governo muda radicalmente o ângulo a partir do qual se olha para os problemas, e transformar as palavras em actos revela-se, muitas vezes, uma tarefa difícil. Os partidos ditos "soberanistas" centraram o seu programa eleitoral no tema da interferência excessiva da Europa na política italiana, e Giorgia Meloni, que já tinha trovejado no passado contra os adeptos de Bruxelas, chegando mesmo a colocar a hipótese da saída da Itália do Euro, embora suavizando o seu tom de modo a não assustar os moderados, tinha de qualquer modo prometido uma atitude menos condescendente e mais decisiva e combativa em relação às prescrições/ordens vindas da União Europeia. Algumas semanas foram suficientes para ela aceitar conselhos mais brandos e enterrar o machado de guerra. Os envolvimentos políticos, económicos e financeiros, as pressões, a chantagem, impedem qualquer possibilidade de um avanço neste momento histórico. Quase todos os nossos políticos são completamente subservientes aos desejos de Bruxelas, de tal modo que foi suficiente para a astuta Meloni não apoiar o governo Draghi, que foi o proponente desta política de submissão, a fim de capitalizar a hostilidade cada vez mais generalizada que os italianos sentem em relação à UE. No entanto, como dissemos, cortar laços com esta Europa parece uma hipótese irrealista e impraticável neste momento. Algo pode ser feito alargando os nossos horizontes fora do Velho Continente, porque devemos estar conscientes de um facto incontestável: os piores inimigos da Itália estão na Europa. E não de agora!
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