Salman Rafi Sheikh
Doutorando na SOAS University of London
Washington está lenta mas seguramente a ser substituído pela Rússia e pela China no Médio Oriente
Durante mais de uma década, a agenda de Washington para a "mudança de regime" na Síria implicava não só derrotar o regime de Assad, mas também forçar a desintegração territorial do Estado sírio. Nos últimos anos, a presença militar dos EUA na Síria só serviu para impedir a reunificação síria. Durante décadas, a Síria e os seus aliados — principalmente o Irão e a Rússia — trabalharam como uma aliança duradoura para derrotar a agenda de Washington. No entanto, com a inclusão formal da Síria na Liga Árabe após uma suspensão de 11 anos, a agenda de Washington parece ter sido vencida de forma justa. Ironicamente, esta derrota veio pelas mãos de um país que, até há três ou quatro anos, era aliado da agenda de Washington de "mudança de regime". A normalização das relações entre a Arábia Saudita e a Síria e o facto de a Arábia Saudita ter conseguido ignorar a oposição do mundo árabe — expressa principalmente pelo Qatar, que se opôs à decisão, mas não a bloqueou — à inclusão da Síria, tem como pano de fundo a deterioração contínua dos laços de Riade com Washington. Esta deterioração levou Riade a consolidar os seus laços com Moscovo e Pequim, tendo estes últimos facilitado a normalização de Riade com a Síria e o Irão, respectivamente. Esta normalização levou à inclusão da Síria na Liga Árabe no início de maio de 2023.
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Imagem de capa por Marc Veraart sob licença CC BY-ND 2.0
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