A atual luta contra a Rússia na frente ucraniana pode ser considerada como a campanha de abertura da Terceira Guerra Mundial e uma consequência da Segunda Guerra Mundial e do seu rescaldo, em que os EUA criaram organizações económicas e políticas internacionais para operar no seu próprio interesse nacional


A cimeira de julho da NATO em Vilnius deu a impressão de ser um funeral, como se tivessem acabado de perder um membro da família — a Ucrânia. Para dissipar o fracasso da NATO em expulsar a Rússia da Ucrânia e levar a NATO até à fronteira russa, os seus membros tentaram reanimar os ânimos mobilizando apoio para a próxima grande luta — contra a China, que é agora designada como o seu inimigo estratégico final. Para se preparar para este confronto, a NATO anunciou o compromisso de estender a sua presença militar até ao Pacífico.

O plano é esculpir os aliados militares e parceiros comerciais da China, sobretudo a Rússia, começando com a luta na Ucrânia. O presidente Biden afirmou que esta guerra terá um âmbito global e que se prolongará por muitas décadas, à medida que se expande para acabar por isolar e desmembrar a China.

As sanções impostas pelos EUA contra o comércio com a Rússia são um ensaio geral para a imposição de sanções semelhantes contra a China. Mas apenas os aliados da NATO se juntaram à luta. E, em vez de destruir a economia russa e "transformar o rublo em escombros", como previu o presidente Biden, as sanções da NATO tornaram-na mais autossuficiente, aumentando a sua balança de pagamentos e as reservas monetárias internacionais e, consequentemente, a taxa de câmbio do rublo.

Imagem de capa por Official U.S. Navy Page sob licença CC BY 2.0

geopol.pt

ByMichael Hudson

Doutor em economia, é analista financeiro e antigo jornalista da Wall Street. É professor de investigação em Economia na Universidade de Missouri-Kansas City e professor na Escola de Estudos Marxistas da Universidade de Pequim, na China.

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