Para o Irão, esta pode ser a melhor oportunidade para se vingar de Israel. É muito provável que Teerão se sinta encorajado por vários factores


Com mais de 7.000 mortos, incluindo 3.000 crianças, em Gaza, a guerra de Israel está a transformar-se numa questão que continuará a moldar o Médio Oriente durante muito tempo. A guerra já significou o fim da política dos Acordos de Abraão de Washington e a sua possível expansão à Arábia Saudita. Há fortes indícios de que os estados do Médio Oriente estão a voltar-se cada vez mais para a China e a Rússia para mediar a resolução do conflito. Ao mesmo tempo, porém, os bombardeamentos implacáveis de Israel, ignorando os apelos dos Estados (árabes) — e os avisos claros do Irão de uma nova escalada — estão a criar uma nova oportunidade para o endurecimento da política anti-israelita no seio destes estados. Enquanto Riade pôs em suspenso o "acordo" apoiado por Washington com Israel, a Turquia tomou medidas que não teria tomado de outra forma. Enviando um choque a Jerusalém — e aos seus próprios aliados da NATO — Ancara declarou que o Hamas não é uma organização terrorista, mas um grupo de libertação que luta para proteger as suas terras e direitos contra Israel. Erdoğan também cancelou a sua viagem a Israel. O emir do Catar, por outro lado, disse: "É insustentável que Israel receba luz verde incondicional e licença livre para matar, nem é sustentável continuar a ignorar a realidade da ocupação, cerco e colonização."

Imagem de capa por Al Jazeera English sob licença CC BY-SA 2.0 DEED

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BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

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