Verter toneladas destes explosivos particularmente cruéis no exército ucraniano parece ser um bom penso para o que é, na realidade, uma ferida aberta
A notícia de que a NATO, ou melhor, os Estados Unidos, decidiram descarregar o seu velho stock de bombas de fragmentação não deve ser uma surpresa para quem acompanha a guerra da Ucrânia. Desde o primeiro dia, as elites ocidentais têm estado confusas sobre o que estão a fazer, quais são os seus objectivos e qual deve ser a finalidade do jogo. A NATO mudou tantas vezes as balizas, em termos de regras não escritas, que se está a tornar bastante difícil ver uma imagem clara. Até o próprio Stoltenberg parece confuso numa conferência de imprensa quando é abordado sobre os pormenores dos últimos planos. As bombas de fragmentação vão agora ser utilizadas contra as forças russas, em particular para parar os tanques. A razão pela qual esta decisão foi tomada é clara: o Ocidente precisa de ganhar tempo para que os países da UE, em particular, possam constituir os seus stocks militares, que estão a ficar perigosamente baixos. O Ocidente precisa de pelo menos seis meses antes de poder sequer pensar em preparar a Ucrânia para uma nova "ofensiva" e, por isso, despejar toneladas deste explosivo particularmente cruel sobre o exército ucraniano pareceu um bom penso rápido para o que é, na realidade, uma ferida aberta.
Membership Login
Imagem de capa por Daniel Perez Sutil sob licença CC BY-SA 2.0
- A intentona da Rússia e os distúrbios de França - 6 de Julho de 2023
- Grande entrevista ao Comandante Robinson Farinazzo - 24 de Junho de 2023
- Entrevista Embaixador Henrique Silveira Borges - 13 de Maio de 2023