Salman Rafi Sheikh

Doutorando na SOAS University of London


A nível local, são cada vez mais os estados árabes que procuram a "normalização"; a nível internacional, Pequim, e não Washington, está a desempenhar o papel principal


Em 2020, quando Israel, apoiada pelos EUA, assinou os Acordos de Abraão com os Emirados Árabes Unidos e alguns outros estados do Médio Oriente, o governo israelita parecia estar bem entregue à trajectória do processo de paz na região. Três anos mais tarde, o processo de paz já não é feito nos EUA ou em Israel, uma vez que o sucesso da China na mediação entre o Irão e a Arábia Saudita alterou significativamente a dinâmica local e internacional da geopolítica do Médio Oriente. A nível local, são cada vez mais os estados árabes que procuram a "normalização"; a nível internacional, Pequim, e não Washington, está a desempenhar o papel principal. Isto aumenta os problemas de Israel, que já não pode influenciar estes desenvolvimentos, mesmo indirectamente, através de Pequim, por razões óbvias. Ao mesmo tempo, se a lógica subjacente aos Acordos de Abraão era expandir a influência israelita no mundo árabe e isolar ainda mais o Irão, isso já não é possível.

Imagem de capa por Jean & Nathalie sob licença CC BY 2.0

geopol.pt

BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

Leave a Reply

error: Content is protected !!