Salman Rafi Sheikh
Doutorando na SOAS University of London
Para a Rússia — e mesmo para a China — a presença dos EUA na região é indesejável e ameaçadora, uma vez que a agenda dos EUA de ajudar os estados da Ásia Central a obter a «independência» é apenas um nome diferente para criar instabilidade política na região
A Cimeira China-Ásia Central, realizada no mês passado, atraiu muita atenção internacional. No Ocidente, a cimeira foi vista como um passo importante para a consolidação chinesa na região rica em recursos naturais, historicamente dominada pela Rússia. Mais especificamente, os principais meios de comunicação social ocidentais, ou os especialistas políticos ocidentais, viram a cimeira como uma tentativa de Pequim de preencher o chamado "vácuo " criado pela preocupação da Rússia com a Ucrânia. O argumento apresentado ao público ocidental diz que a China está a "substituir" a Rússia na Ásia Central. Assim, a aliança China-Rússia também se torna cheia de tensões e divergências. Como resultado, a aliança China-Rússia não representa uma ameaça real para o Ocidente e para a sua hegemonia na economia política global. Um artigo recente do Instituto da Paz dos Estados Unidos — que é um grupo de reflexão federal criado pelo Estado e sediado em Washington — afirmava que a China está a tentar "preencher um vazio" na Ásia Central na ausência da Rússia. Outros especialistas políticos sediados nos EUA vêem o crescente envolvimento da China na Ásia Central como uma nova "ameaça" à Rússia, com a China a procurar "destronar a Rússia no seu antigo império".
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