Para Washington, que tem esperado que surjam diferenças entre a Rússia e a China, levando-os de volta à era da rivalidade, esta situação é frustrante


Ao atacar repetidamente os Houthis no Iémen e ao promover uma escalada no Mar Vermelho, os EUA estão a entrar no Médio Oriente com uma mentalidade militar e estratégica. O objetivo é criar espaço para que Washington — e os seus aliados globais — possam fazer recuar as recentes conquistas, ou seja, a normalização entre o Irão e a Arábia Saudita e a normalização árabe com a Síria, mais de uma década após o início da chamada "primavera Árabe", que a Rússia e a China obtiveram. Uma guerra mais alargada na região irá, pelo menos nos cálculos dos EUA, repolitizar as linhas de falha regionais que poderão permitir a Washington inverter o processo de normalização mais alargado. Tendo em conta os elevados riscos que Washington tem no desenvolvimento de uma guerra mais vasta na região, faz sentido que a Rússia e a China, que têm interesses semelhantes em relação aos processos de normalização no Médio Oriente, desenvolvam uma abordagem conjunta.

geopol.pt

BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

Leave a Reply

error: Content is protected !!

Discover more from geopol.pt

Subscribe now to keep reading and get access to the full archive.

Continue reading