Não é apenas o facto de Riade aprofundar a sua cooperação com a China que realmente preocupa o Ocidente; é o facto de Riade desempenhar um papel crucial ao ajudar o principal rival dos EUA a consolidar uma nova ordem mundial
Considerado a "nova indústria petrolífera" da Arábia Saudita, o turismo ocupa um lugar de destaque no plano estratégico Visão 2030 de Riade para a transformação económica do país, que deixa de depender do petróleo como principal fonte de receitas. De acordo com o plano, os sauditas pretendem obter cerca de 46 mil milhões de dólares por ano com o turismo até ao final desta década, ou seja, até 2030. O objetivo da Arábia Saudita e a contribuição da China para o turismo mundial parecem ter uma sinergia perfeita. Antes da Covid, 155 milhões de turistas chineses gastaram 250 mil milhões de dólares em todo o mundo. Com a Arábia Saudita a procurar atrair o turismo, a China torna-se um parceiro natural. Agora que a China já levantou a sua política "Zero-Covid", o turismo parece estar a recuperar. Neste contexto, já se realizaram muitas reuniões entre funcionários sauditas e chineses com o objetivo de promover o turismo. Este é um lado da história. No entanto, o "novo petróleo" saudita não tem apenas a ver com o turismo, embora este seja uma parte muito importante de toda esta estratégia de diversificação económica. Na verdade, a sinergia entre a China e a Arábia Saudita — que também se baseia no fornecimento de petróleo saudita à China desde há muito tempo — no sector do turismo reflecte uma convergência mais profunda entre a Visão 2030 da Arábia Saudita e a Iniciativa Belt & Road (BRI) da China. Ambos os programas envolvem uma retórica de transformação económica maciça.
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