Porque é que a UE, apesar da posição geral pró-Rússia da China em relação à Ucrânia, está a conceber uma estratégia que não envolve o tipo de "dissociação" que a UE efectuou em relação à Rússia em termos de fornecimento de energia?


Após a diplomacia ativa dos EUA nos últimos anos, a Europa parece ter agora decidido dizer não à geopolítica americana de "dissociação" da China. Trata-se de um rude golpe diplomático para os EUA, embora não tenha merecido tanta atenção por parte dos principais meios de comunicação ocidentais, devido ao facto de se terem concentrado nos acontecimentos relacionados com o conflito Rússia-Ucrânia. A recente visita do primeiro-ministro chinês, Li Qiang, à Europa, onde Li não só se encontrou com o chanceler alemão, mas também discursou numa conferência sobre o financiamento do desenvolvimento organizada pelo presidente francês Macron. Mais do que isso, o facto que os dois estados mais poderosos da União Europeia receberam e interagiram com o número dois da China tornou-se possível, em primeiro lugar e acima de tudo, devido ao espaço disponível para continuar a parceria comercial com a China. Esta é uma das principais razões pelas quais a UE favorece atualmente a política de "desarriscar" em vez de "desacoplar".

geopol.pt

BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

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