Como se tudo isto não bastasse, o meta-infierno de Gaza transformou-se em metástase na Cisjordânia ocupada


A recente vandalização por colonos mascarados na Cisjordânia ocupada não é um acontecimento isolado nem alheio ao continuado genocídio obsceno em Gaza que ultrapassou oficialmente mais de 40.000 aniquilações – na sua maioria crianças e mulheres; que na realidade chegaria a 200.000 mortes, segundo a prestigiada revista médica britânica The Lancet, que dá conta de 186.000 palestinianos mortos em Gaza desde há um mês: “Slow Death in Gaza (bit.ly/3X4eNgR)“–, enquanto, farisaicamente, Joe Biden e a sua equipa entregam um pacote de 20 mil milhões de dólares a Israel, incluindo aviões letais F-15 (reut.rs/3YPNMPM), ao mesmo tempo que promovem um cessar-fogo esquizofrénico com Benjamin Netanyahu, com o objetivo malicioso de presentear Kamala Harris com um galardão eleitoral na convenção do Partido Democrático em Chicago, de 19 a 22 de agosto. A mais recente entrega de armamento letal a Israel por uma soma avultada reforça a economia de guerra da administração Biden – que, diga-se o que se disser, é cúmplice do genocídio em Gaza – da Ucrânia para Gaza: onde se destaca a simbiose dos dois pugnazes correligionários cázaros (bit.ly/3QqemJr) Volodymir Zelensky e o primeiro-ministro Netanyahu.

Hierarquicamente, ele deixou de fora as mais recentes provocações e exumações macabras de Israel: a do ministro do Interior kahanista bit.ly/46V1JxB Ben-Gvir nos limites da mesquita sagrada de Al-Aqsa em Jerusalém bit.ly/4cldK0l; a utilização pelo exército israelita de civis palestinianos como “escudos humanos (bit.ly/3yIGkeq)”, segundo os soldados veteranos de Israel; a sodomização e a tortura de prisioneiros palestinianos, segundo ‘Physicians for Human Rights bit.ly/3Md6FEF’ e a ONG israelita B'Tselem bit.ly/3YOiVmD; o massacre de mais de 100 estudantes que se tinham refugiado na escola al-Tabin, na cidade de Gaza (https://bit.ly/3yETCIZ) etc. etc. Há muito que Israel está no inferno!

Dois factos a reter: 1. Sem o menor rubor, um jornalista(sic) cázaro Yehuda Schlesinger exigiu no canal 12 dos kahanistas que a sodomização dos prisioneiros palestinianos fosse uma política de Estado (https://bit.ly/4dIBgFI). Note-se que os dirigentes israelitas (sic) defendem os soldados acusados de sodomizar prisioneiros civis palestinianos (bit.ly/3yU2WbT); e 2. Segundo a UNICEF, quase 90 por cento das escolas de Gaza foram destruídas (uni.cf/3SUt1hY), o que denota um lexicídio sistemático e deliberado – termo cunhado por mim, evocando a aniquilação da educação dos palestinianos, a população mais letrada e culta, a seguir aos libaneses, do mundo árabe. Nada melhor do que a ignorância forçada para fazer esquecer as verdadeiras origens genealógicas!

Como se tudo isto não bastasse, o meta-infierno de Gaza transformou-se em metástase na Cisjordânia ocupada, onde mais de 100 colonos israelitas mascarados (sic) ( mega-sic!) vandalizaram a aldeia de Jit (bit.ly/3Ma5lT2). Comicamente, o gabinete de Netanyahu informou que o primeiro-ministro leva a sério os tumultos em Jit e que o ministro das Finanças ultra-kahanista Bezalel Smotrich, arquiteto supremo do irredentismo colonial na Cisjordânia, se dissociou de tais criminosos. É de rir!

O chefe da diplomacia da União Europeia, o catalão Josep Borrell, propôs sanções contra os colonos da Cisjordânia bit.ly/3YNnnBQ e o jornal egípcio Al Ahram destacou a condenação mundial contra os actos de vandalismo dos colonos na Cisjordânia (bit.ly/3STOCH4). A Cisjordânia ocupada – 5.860 quilómetros quadrados e 3,2 milhões de palestinianos, sem saída para o mar e desligada de Gaza (bit.ly/3SSCC95) – conta, com Jerusalém Oriental (também ocupada), com um total de 704.900 colonos israelitas, segundo a CIA. Na realidade, é muito mais. A recente vandalização dos colonos kahanistas mascarados na Cisjordânia visa a expulsão dos 3,2 milhões (e muito mais) de palestinianos para promover a nova Judeia do século XXI (bit.ly/3WN9Vv8).


Peça traduzida do espanhol para GeoPol desde a página de Alfredo Jalife-Rahme

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ByAlfredo Jalife-Rahme

Médico, autor e analista de política internacional. Escreve para a Sputnik e La Jornada, do México.

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