O Mediterrâneo, com apenas 1% da superfície global de água, é atravessado por 20% do tráfego marítimo mundial, por 27% do comércio de contentores e 10% do PIB mundial. Após o recente alargamento do Canal do Suez, estas percentagens deverão aumentar
A importância e a força de uma nação revelam-se na sua capacidade de controlar as rotas marítimas. O mar assume uma centralidade geo-estratégica crescente. 70% da superfície da Terra é coberta por água e 80% da população mundial está concentrada numa faixa a menos de 200 km da costa. É no mar que se desenvolve a maior parte das actividades produtivas da humanidade: o transporte ao longo das linhas de comunicação marítimas, o escoamento do petróleo e do gás, as actividades de pesca e a exploração dos recursos energéticos e minerais que se encontram no fundo do mar. Atualmente, 90% das mercadorias e das matérias-primas transitam pelo mar e 75% deste fluxo passa por algumas passagens vulneráveis, os chamados pontos de estrangulamento, constituídos por canais e estreitos internacionais. A história ensinou-nos como os impérios ocidentais, do britânico ao americano, surgiram e se consolidaram através do domínio do mar. A crise dos Estados Unidos e do mundo ocidental em geral, provoca situações de instabilidade que levam muitos países emergentes, mesmo de média dimensão, a atuar sem escrúpulos para explorar todas as oportunidades possíveis de pôr em prática as suas "doutrinas azuis", baseadas no pressuposto de que "se não se domina no mar, não se tem poder".
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