Sem dúvida, o fracasso da política de Washington e a sua incapacidade de controlar a loucura de Israel prejudicaram as suas opções diplomáticas, permitindo à China e à Rússia intervir


Apesar do facto do conflito em curso entre Israel e a Palestina ser um resultado direto das políticas erradas de Washington, a administração Biden está a fazer tudo o que pode para transformar este conflito numa guerra mais vasta na região. O fornecimento de 3,8 milhões de dólares em ajuda militar a Israel contra 100 milhões de dólares apenas para Gaza demonstra claramente as prioridades de Washington. Por esta razão, os Estados árabes, incluindo os EAU, que também são signatários dos agora infames Acordos de Abraão, não estão apenas a criticar Israel, mas também a mostrar quem pensam ser a melhor potência global possível que deve estar do seu lado em relação a Israel e em apoio à Palestina. A escolha parece ser a China. Mas se a China estiver a envolver-se, poderá a Rússia ficar muito para trás? Putin, da Rússia, já classificou o conflito como um fracasso drástico de Washington. O ministro dos Negócios Estrangeiros da China disse que "as acções de Israel ultrapassaram o âmbito da autodefesa", acrescentando que Israel tem de parar com o seu "castigo coletivo" contra os residentes de Gaza.

Imagem de capa por Joachim Tüns sob licença CC BY-NC 2.0 DEED

geopol.pt

BySalman Rafi Sheikh

Licenciado na Universidade Quaid-i-Azam, em Islamabad, escreveu tese de mestrado sobre a história política do nacionalismo do Baluchistão, publicada no livro «The Genesis of Baloch Nationalism: Politics and Ethnicity in Pakistan, 1947-1977». Atualmente faz o doutoramento na SOAS, em Londres.

Leave a Reply

error: Content is protected !!